segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Convênio entre Tribunal Regional do Trabalho e Adefal gera emprego para pessoas com deficiência

A Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas - Adefal e o Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região oficializam nesta terça-feira (23) às 9h na sede da Adefal, o convênio para contratação, através da Adefal, de pessoas com deficiência para atuarem como prestadores de serviços na área de apoio administrativo do Tribunal.
Inicialmente 12 funcionários irão prestar serviços ao Tribunal, a exemplo do convênio firmado com CEAL, onde 40 funcionários prestam serviços em várias áreas.
Para a presidente da Adefal, Roseane Cavalcante o convênio é de grande importância, pois gera oportunidades reais de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho. “Nós temos um cadastra de mais de 1 mil deficientes, conhecemos suas limitações e potencialidades o que facilita a indicação para atuarem com competência os cargos ofertados”, explicou.
Ao destacar os avanços na oportunidade de empregos para pessoa com Deficiência Roseane ressalta o artigo 93, da Lei n.º 8.213/91, onde obriga que empresas com mais e 100 e menos de 200 funcionários reservarem pelo menos 2% das vagas a deficientes físicos; de 201 a 500 funcionários, 3%; 5001 a mil funcionários, 4% e o percentual de 5% para as empresas com mais de mil empregados.
“Acredito que a visão do setor empresarial, assim como de várias Instituições vem mudando em relação ao trabalho desenvolvido por pessoas com deficiência. Eles hoje já não têm tanto receio em contratá-los”, destacou Roseane.
Para Roseane um dos grandes entraves no crescimento do mercado de trabalho, para a pessoa com deficiência, é a falta de qualificação e escolaridade, como também, a falta de estrutura física de muitas empresas, o qual inviabiliza o trabalho de alguns deficientes e desrespeita a Lei de Acessibilidade. “Por isso o convênio entre Adefal e instituições é muito importante, pois ao encaminharmos uma pessoa para o trabalho, indicaremos dentro do perfil que possibilite a realização do trabalho. Imagine contratar um cadeirante para trabalhar no terceiro andar de um prédio sem elevador, seria inviável”, destacou Roseane.
Com a preocupação de ampliar as chances de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, a Adefal vem desenvolvendo inúmeros programas de capacitação, entre eles destaca-se a parceria com o Senac e Senai que anualmente disponibilizam cerca de 100 vagas totalmente gratuitas para deficientes em vários cursos profissionalizantes.
Segundo Roseane esse trabalho de qualificação vem se ampliando cada vez mais, o que representa uma demanda ainda maior de profissionais qualificados na Instituição. “Essa busca por qualificação é a prova que a visão dos próprios deficientes, também está mudando, e cada dia mais eles buscam ampliar suas chances de serem inseridos no mercado de trabalho”, revelou.
Em Alagoas segundo dados recentes do Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico (IBGE). A população que possui algum tipo de deficiência é superior a 452 mil pessoas. Os cálculos apontam que são pouco mais de 16% da população. Os números revelam, ainda, que 14,5% da população brasileira tem alguma deficiência.
Segundo Roseane, o número de deficientes no mercado de trabalho em Alagoas ainda não é satisfatório, mas vem apresentando um crescimento significativo graças ao trabalho de fiscalização da Delegacia Regional do Trabalho junto as grandes empresas do Estado.


Jade Magalhães