terça-feira, 1 de maio de 2007

Adefal lança campanha para incluir deficientes no mercado de trabalho

A Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (ADEFAL) inicia nesta quarta-feira (2) campanha para inclusão de deficientes no mercado de trabalho. O projeto de iniciativa da presidente da Adefal, Roseane Cavalcante tem como objetivo acelerar o processo de cadastramento de currículos da pessoa com deficiência junto ao departamento da Adefal, como também aprimorar o banco de dados do mesmo para disponibilizar de forma rápida e eficaz os currículos às empresas.
A parceria entra a Adefal, empresas privadas e instituições alagoanas já inseriu no mercado de trabalho mais de 250 pessoas com deficiência. Neste primeiro quadrimestre a Instituição encaminhou aproximadamente de 500 currículos, para serem avaliados por empresas que atuam desde o comércio varejista até empresas de transporte coletivo.
Segundo Telma Rodrigues, psicóloga e responsável pelo programa de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho da Adefal, a campanha se faz necessário para atualizar os dados cadastrais de muitos deficientes como também para garantir às empresas profissionais qualificadas que atendam as suas necessidades.
“Atualmente no banco de dados da Adefal existem cerca de 1000 currículos, muitos com dados incompletos, por isso estamos realizando esta campanha. É importante ressaltar que o cadastramento do currículo da pessoa com deficiência é totalmente gratuito, e aqueles que já encaminharam seus currículos, caso tenham alguma alteração nos envie outros”, destacou Telma Rodrigues.
Para presidente Roseane Cavalcante o programa de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho da Adefal é um das mais importantes atividades desenvolvidas pela a Instituição, pois ele além de uma ação inclusiva ela resgata a alto-estima da pessoa com deficiência.
Roseane ressalta, ainda que o crescimento na demanda de oportunidades de emprego, em Alagoas e no Brasil para as pessoas com deficiência tem como um dos fatores determinantes o cumprimento da legislação dos Planos de Benefícios Sociais para empresas com mais de 100 funcionários.
Outro grande aliado nesta conquista, segunda a presidente é fiscalização efetiva do Núcleo de Combates as Desigualdades de Oportunidades no Trabalho de Alagoas – NCDOT-AL junto às empresas para que se faça cumprir o artigo 93, da Lei n.º 8.213/91, onde obriga que empresas com mais e 100 e menos de 200 funcionários reservarem pelo menos 2% das vagas a deficientes físicos; de 201 a 500 funcionários, 3%; 501 a mil funcionários, 4% e o percentual de 5% para as empresas com mais de mil empregados.
“Acredito que a visão do setor empresarial já está mudando em relação ao trabalho desenvolvido por pessoas com deficiência. Eles hoje já não têm tanto receio em contratá-los. Hoje temos profissionais de várias áreas em nosso banco de currículo, fator esse que faz com que diversas empresas nos procurem em busca do profissional que se encaixe dentro do perfil que elas necessitam”, destacou Roseane.
Ao falar sobre a demanda de oportunidades de empregos a coordenadora do programa, Telma Rodrigues revela que um dos grandes entraves para o crescimento no mercado de trabalho, para a pessoa com deficiência, é a falta de qualificação e escolaridade, como também, a falta de estrutura física de muitas empresas, o qual inviabiliza o trabalho de alguns deficientes e desrespeita a Lei de Acessibilidade.
Com a preocupação de ampliar as chances de inclusão da pessoa com deficiência no mercado de trabalho, a Adefal vem desenvolvendo inúmeros programas de capacitação entre eles destacam-se a parceria com o Senac e Senai que anualmente disponibilizam cerca de 100 vagas totalmente gratuitas para deficientes em vários cursos profissionalizantes.
Segundo Telma esse trabalho de qualificação vem se ampliando cada vez mais, o que representa uma demanda ainda maior de profissionais qualificados na Instituição. “Essa busca por qualificação é a prova que a visão dos próprios deficientes, também está mudando, e cada dia mais eles buscam ampliar suas chances de serem inseridos no mercado de trabalho”, revelou.
Em Alagoas segundo dados do Instituto Brasileiro Geográfico e Estatístico (IBGE). A população que porta algum tipo de deficiência é superior a 452 mil pessoas. Os cálculos apontam que são pouco mais de 16% da população. Os números revelam, ainda, que 14,5% da população brasileira portam alguma deficiência.
Para a psicóloga número de deficientes no mercado de trabalho em Alagoas ainda não é satisfatório, mas vem apresentando um crescimento significativo, o que segundo ela poderia ser ainda melhor com a implementação de uma fiscalização mais intensa da Delegacia Regional do Trabalho junto às grandes empresas do Estado.
Telma Rodrigues destaca, ainda que a campanha é apenas para cadastrar currículos de pessoas com deficiência. Por isso se faz necessário que seja especificado no mesmo qual o tipo de limitação do candidato. Os interessados deverão encaminhar o currículo para sede da Adefal, na rua Clementino do Monte,312 no bairro do Farol ou pelo e-mail: adefal-al@hotmail.com. Maiores informações pelo telefone 2121-8659.

Jade Magalhães