quinta-feira, 19 de abril de 2007

Sesau destina leitos hospitalares para deficientes

Após a cobrança do cumprimento da portaria n.º 818 do Ministério da Saúde, de junho de 2001, que garanti a disponibilização de leitos hospitalares para pessoa com deficiência, apresentada ao Ministério Público pelo Conselho Estadual de Saúde na última terça-feira (17), o secretário Estadual de Saúde, André Valente anunciou na tarde de ontem (18) a destinação de três leitos no Hospital Hélvio Auto para garantir um atendimento prioritário e emergencial as pessoas com deficiência.
A reivindicação encaminhada ao Conselho Estadual, pelo conselheiro e diretor administrativo da Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas, Luiz Carlos Santana teve como objetivo minimizar a angústia de inúmeros pacientes que fazem uma verdadeira via sacra em busca de internamentos.
Segundo a Portaria n.º 818 Maceió tem que destinar 12 leitos para internamento e tratamento da pessoa com deficiência. Entre as principais patologias o tratamento de úlceras de pressão (popularmente conhecida como escara) é uma das grandes causas de internamentos de pessoas com deficiência, pois se não tratada adequadamente pode levar a morte.
De acordo André Valente a secretaria vai tentar ampliar o mais breve possível o número de leitos, para se adequar à portaria n.º818. O secretario acrescentou que entrará em contato com o diretor do Hospital Universitário, para que o mesmo possa, também destinar leitos para esse tipo de tratamento. André valente garantiu, ainda, que após a reforma o Hospital José Carneiro será outro que disponibilizará leitos para o atendimento dos deficientes.
Para Luiz Carlos Santana apesar do número de leitos ainda não serem suficientes, a sensibilização por parte da Secretaria Estadual de Saúde – Sesau com a destinação dos leitos e a luta para ampliação do serviço em outros hospitais já em um grande avanço. “Ontem mesmo um dos nossos pacientes atendidos pela equipe itinerante da Adefal, com úlcera de pressão, que há messes tenta uma vaga nos hospitais da cidade conseguiu internamento no hospital dos Usineiros, graças à sensibilidade do secretário”, destacou Santana.
A úlcera de pressão é resultado da compressão e a conseqüente falta de oxigenação e nutrição dos tecidos (pele, mucosas e tecidos subjacentes), quando uma pessoa com diminuição da mobilidade permanece na mesma posição por longos períodos. Segundo Santana o tratamento caro e prolongado fica na maioria dos casos sem atendimento, o que viola efetivamente a Portaria 818.
Com o objetivo de minimizar o sofrimento dos pacientes com úlcera de pressão a Adefal realiza um trabalho pioneiro e semanalmente faz visitas domiciliares à pacientes em estados mais avançados da doença.O trabalho ainda embrionário teve início em 2006, a equipe é composta por uma assistente social, uma fisioterapeuta e uma enfermeira.
Segundo Luiz Carlos Santana a Instituição já atendeu cerca de 40 pacientes em domicílio e atualmente mantém o tratamento com quatro pacientes. O número reduzido de atendimentos se dá pela ausência de recursos para esse tipo de tratamento domiciliar, que além de ser um processo longo tem um custo muito alto. “Esse é grande motivo pelo qual os hospitais rejeitam pacientes com úlcera de pressão. Acredito que com o cumprimento da portaria nº 818, essa realidade possa mudar”, finalizou Santana.

Jade Magalhães